
Planejamento de ações
na Mata Atlântica é discutido com organizações
da sociedade civil
Christian Dietrich
Ascom Ibama
Brasília (09/12/2008) – Hoje e amanhã estão
reunidos no Centro de Treinamento do Ibama em Brasília representantes
da Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, Coordenação
de Proteção do Instituto Chico Mendes e membros de organizações
da sociedade civil ligados à conservação da Mata
Atlântica para discutir as ações prioritárias
de monitoramento e fiscalização no bioma, o mais ameaçado
do País, que já perdeu mais de 80% da sua área de
cobertura original, de cerca de 1.300.000 km².
A reunião acontece para apresentar e discutir as ações
prioritárias para monitoramento e fiscalização na
Mata Atlântica definidas em oficina realizada com servidores do
Ibama e ICMBio nos estados abrangidos pelo bioma, MMA, e com a SOS Mata
Atlântica, realizada em Teresópolis no mês de novembro,
às organizações não-governamentais parceiras
na conservação do bioma.
Em 2006, após 14 anos de discussão no Congresso e muita
luta dos ambientalistas, foi assinada a Lei da Mata Atlântica (Lei
nº 11.428), e nesse ano foi assinado o Decreto 6.660, regulamentando
a Lei, para dar conta das especificidades e dificuldades na luta pela
conservação do que resta da Mata Atlântica. Entre
os avanços na legislação está a proibição
do manejo florestal madeireiro no bioma.
Durante a reunião está sendo apresentada a metodologia utilizada
para a definição das áreas prioritárias para
o monitoramento e fiscalização, baseada nos dados do Atlas
dos Remanescentes da Mata Atlântica produzido pela SOS Mata Atlântica
em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - Inpe, que
avalia a cobertura vegetal no bioma entre os anos de 2000 e 2005, e também
o cronograma de ações para 2009, resultado da oficina de
Teresópolis.
Desde 2005 o Ibama vem trabalhando com os dados, tendo em vista o planejamento
e o fortalecimento das ações no bioma, e a integração
no monitoramento e fiscalização com os outros integrantes
do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama, e com as ONGs.
No bioma, os polígonos de desmatamentos são pequenos, a
grande maioria deles com área inferior a 1 km², assim, a detecção
dos desmatamentos na Mata Atlântica exige investimento na obtenção
de imagens de sensoriamento remoto de alta resolução, e
em lapsos temporais curtos, para que o monitoramento e a fiscalização
possam ser eficientes.
O estudo da SOS Mata Atlântica/Inpe aponta que entre os anos de
2000 e 2005 foram desmatados 1704 Km² no bioma. Os estados de Santa
Catarina, Minas Gerais e Bahia foram os que mais destruíram remanescentes
da Mata Atlântica nesse período, sendo responsáveis
pelo desmatamento de 428 km², 413 km² e 360 km², respectivamente.
Do total de áreas de desmatadas no bioma nesses cinco anos, 16,86
km² localizam-se dentro de unidades de conservação,
que concentram os remanescentes mais significativos de Mata Atlântica.
Entre as discussões encaminhadas pelos participantes durante a
reunião, destacam-se a necessidade de ações integradas
entre os componentes do Sisnama, a proteção a Reservas Particulares
do Patrimônio Natural – RPPN, em remanescentes de Mata Atlântica,
em áreas indígenas e quilombolas, e a recuperação
de áreas degradadas.
Estão representadas no encontro a Rede de ONGs da Mata Atlântica
- RMA, The Nature Conservancy – TNC, Rede Brasileira Agroflorestal
- Rebraf, Mira-Serra-RS, Centro
de Trabalho Indigenista - CTI, Instituto Sócio Ambiental da Baía
da Ilha Grande - Isabi, Fundação para a Conservação
da Natureza em Mato Grosso do Sul - Fuconams e Cooperação
Técnica Alemã – GTZ.
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